Percorrer 1456Km para passar 4 dias e 3 noites acampados no Parque Nacional das Emas, com certeza não foram problemas ou desculpas para essa galera animada e aventureira do DOCERRADO.com.

Na nossa 5ª Expedição Sudoeste Goiano, voltamos a este gigantesco e riquíssimo reduto de vida selvagem, que fica encravado na divisa do Goiás com o Mato do Grosso do Sul e pelo fato de ser uma ilha em meio a tantas plantações, o ‘PNEmas’ é um reduto, um ponto de fuga para muitos animais e ainda preserva inúmeras nascentes e rios com águas ainda intocadas pela toxicidade do homem.

Voltamos para ver e vivenciar o Parque com uma outra perspectiva, pegando a temporada que inicia a época da seca e a expectativa de observar outros animais silvestres e ainda percorrer outros caminhos.
Partimos na quinta-feira feira cedinho e sem pressa percorremos um longo caminho de forma segura, afinal a meta era chegar.
Tacamos âncora da nave no final do dia e as aventureiras e aventureiros já desembarcaram com a missão de montar o acampamento ligeiro, pois a noite já vinha chegando e o frio já dava as caras dizendo que ia ficar mais pesado.
Fomos recebidos de forma acalorada, com um farto e saboroso lanche, tudo feito pelo nosso braço direito na região Sudoeste do Goiás, o experiente guia, Nélio Carrijo e sua equipe especial: Jhon e Cris, que por sua vez nos presenteou com um kit recheado de quitutes feitos por ela.
Acampamento montado, banho tomado, todos bem agasalhados e aquele bate papo bacana de sempre. De quebra um farto jantar, nos moldes da boa comida da roça, tão saborosa que é inevitável comer pouco. Barriga cheia, cansaço de estrada e uma boa noite de camping batendo 8ºC.

Primeiro dia e a galera levantou cedinho de novo, só que desta vez para ver o sol nascer lá na Ponte do Rio Formoso. A caminhadinha é curtinha e, porém, o visual é único. O tom alaranjado da alvorada, a névoa que paira pela vereda e que vem do rio, a passarada acordando com cantos de várias entoadas, fez sem dúvida aquele momento se tornar daqueles, inesquecíveis.
Na volta para a base um café da manhã especial, fartura, diversidade e até um chá de gengibre para esquentar o esqueleto e um cafezinho para ligar o maquinário, afinal tivemos uma trilha irada pela frente.
Desta vez percorremos a trilha que passa por uma extensa veredas, por dentro da mata de galeria, campo limpo, campo sujo e sempre com a companhia de uma grande quantidade de casais de Araras que fazem daquele recanto um verdadeiro condomínio das Canindés.
A trilha é curtinha, tem 3Km e nos leva até o mirante do Parque. Do alto é possível enxergar um pouquinho da imensidão do Parque.
Depois retornamos para a base onde fizemos uma pausa até a hora do almoço.
Breve descanso do almoço e na sequência a galera começou a se arrumar para ir curtir uma descida de Boia Cross pelo Rio Formoso.
A descida passa por algumas corredeiras, por debaixo da ponte e para finalizar por algumas corredeiras mais fortes. O rolé é pura diversão e sem dúvidas várias risadas e muita curtição.
Depois da descida de Boia Cross a galera voltou para a área de camping, aí foi o tempo de tomar banho, colocar uma roupa quentinha e saborear mais uma super refeição saborosa e farta.
Após o rango, uma caminhadinha noturna para observar animais de hábitos noturnos com direito a susto de um Tatu Peba. Depois mais uma ótima noite de camping no PNEmas.

Segundo dia de atividades e a galera levanta cedo sempre. Desta vez tivemos que fazer até um aquecimento para encarar a decida de bote pelo Rio Formoso. Este rolé percorrer mais de 6Km pelas belas e límpidas águas do Rio Formoso e que ainda tem como paisagem, veredas intocadas e uma vasta mata de galeria repleta de vida.
A descida tem hora que embala, tem hora que enrosca, tem hora que quase para em poços ou curvas de rio, mas que cada parada vale toda calmaria, o lugar sem dúvida é de beleza única. Desembarcamos na Lagoa da Capivara, voltamos para base e saciamos a fome com mais um ‘super mega power’ delicioso almoço típico mateiro. Hora do almoço e do café da manhã no Parque são sempre disputados por Gralhas de Crina, Pássaros Pretos, Mutuns, Gaviões e Seriemas.
Uma verdadeira sinfonia de vida selvagem que embala nossos raros e corridos momentos de descanso no camping.
A tarde partimos para um safári fotográfico e de observação a bordo do caminhão. Pelo fato de andarmos no alto, conseguimos enxergar lá longe e através do mato. Logo topamos com Veados, em bandos pequenos, as vezes alguns solitários, Emas que são mais ariscas que os Veados e que batem em retirada ligeiras assim que escutam o som do caminhão. Fomos até as Furnas do Parque, local onde o Chapadão termina e no vale nascem inúmeros riachos e que juntos formam o Rio Jacuba.
Voltamos para o caminhão e no retorno para a base fomos mais sortudos, um bando de Veados, curiosos e destemidos chegaram bem perto do caminhão, mais à frente o “supra sumo” da viagem, ficamos por um bom tempo observando um Lobo Guará caçando num descampado. Mais à frente um Veado solitário chegou muito perto do caminhão e fazendo gracinha foi se esconder atrás de um gigantesco cupinzeiro. Repleto de vida e é sempre bom estar com os olhos afiados para encontrar os animais em meio ao cerradão do PNEmas.
Fim do dia no camping e aquela noite especial para encerrar mais uma aventura realizada. Galera que faz a diferença e que com uma energia boa de sempre, faz valer a pena cada viagem consagrada.
Além das belezas locais, as atividades, sem dúvidas as companhias são pontos fortes em cada viagem de aventura. Nosso grande agradecimento as aventureiras e aventureiros que estiveram presentes na 5ª Expediação Sudoeste Goiano e todo reconhecimento ao Nélio e sua equipe, Jhon e Cris.

Firmes, fortes e sempre carregados de boa energia;
Vamos pra frente que o caminho é longo.
Obrigadão e até a próxima...

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Relato: Flávio Martins Santos

> Aventuras > Nº193 - Paque Nacional das Emas

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